terça-feira, setembro 04, 2007

DIÁRIO NEGRO DE SÃO LUÍS (Nº 5)

Lembro agora, "você", no seu geito tão longe de me olhar, quando eu disse algo que me saiu na altura, em saber ainda o seu nome e depois num ímpeto, sei lá de repente você convidou-me para a mesa das suas amigas, e eu fui logo-logo atrás, deixei de estar só, e entretanto reparei no seu corpo balançando de uma maneira muito ao de leve, no meio da multidão já muito Alta do Forró,
que noite meu deus! eu já estava um tanto ou quanto? aceso, caipirinhas naturais, estão a ver?, naquelas noites cegas em que que a sede, a profunda Sede de nós no mundo, de nós & este Mundo, de nós contra & a favor do Mundo, Assim !,
percebem ?, claro
e então dançámos, 1+1 bem enlaçados, aquele ritmo, 2 para a esq.ª, 2 para a dt.ª e é preciso balançar unidos = estar mesmo de corpo & alma no " negócio", mas..
o equilíbrio da noite bem escura já era pouco e a incerta altura dos rodopios, caímos estateladamente Alí, no chão duro da gravidade ambos os 2, e em vez de dores houve gargalhadas sentidas, discretas, e logo a seguir alguéns em nós nos ergueu e continuámos a dançar já levitando, e depois fomos pela noite adiante, pela praia escutando os marulhos até desembocarmos no quarto Nº 216 do Hotel Brisamar (****), que o meu amigo Alberto Martins me ofereceu (bem-hajas, não o esquecerei) e
no outro-mesmo dia , já o Sol era tãodemasiado intruso pela varanda e você tinha que ir trabalhar, ambos ainda bem acordados, ancorados, cansados, e acordados, ancorados, entre palavras cada vez menos, silêncios, cervejas, gemidos, corpos colados, lençóis emaranhados, com o brilho de uma luz única espalhada pelo seu lindo corpo moreno, e eu às vezes, sem você dar por isso, olhava-a extasiado, pasmado de todo, completamente derrotado por tanta beleza mesmo ali, tão junto a mim.
(São Luis do Maranhão-2007)

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