segunda-feira, março 31, 2008

O Intervalo Preciso


(Imagem Digital-J.A.M.-2008)
Posted by Picasa

sexta-feira, março 14, 2008

Um Olhar Atento


"...Nisto tudo, uma questão me intriga: porquê tanto ódio, tanto desprezo, tanto ressentimento contra a figura do professor?"


José Gil
(Filosofo e Professor Universitário)

segunda-feira, março 10, 2008

"NÃO HÁ MACHADO QUE CORTE..."



É a primeira vez que

uma classe profissional se faz representar

em maioria num só local em Portugal.

E não só após o 25 de Abril: não há relato

que tal já tenha acontecido antes,

na História de Portugal.


HÁ GENTE QUE SÓ MANDA NA GENTE PARA SE SENTIR GENTE

Há "gente" que manda na gente, só para se sentir gente. Eu, cá para mim, não gosto mesmo nada, dessa "gente". Prefiro, de longe, a gente que gosta da gente, sem lhe apetecer mandar na gente. Pois, essa "gente", que gosta de mandar na gente para se julgar gente, cá para mim, não são gente, mesmo. Porque se essa "gente" fosse realmente gente, entendia claramente - evidentemente, que não é necessário haver gente - por- cima & gente-por-baixo, dado que toda a gente nasce despida e toda a gente vai desta para melhor, vestida por outra gente.Mas, porque é que o raio que os parta, dessa "gente" que continua a mandar em toda a outra gente, não começa por saber mandar bem neles próprios, para se tornarem verdadeiramente gente? Essa "gente" é muito infeliz, intranquila, sem paz por dentro, escura, etecetera, mas a gente não tem culpa, não é? embora essa "gente" nos castigue por isso. Católicos destes ou daqueles ramos, crentes disto & daquilo, governantes grandes & governantezinhos pequenininhos, lá vê a gente, aquela outra "gente" a mandar, para nos enganar, dominar, pisar e roubar a gente.
Claro que também há gente que se deixa mandar, por essa "gente", e então só é gente assim-assim, entre os 2 lados das gentes.Nesta coisa de haver gentes, "ser ou não ser é mesmo a questão", pois não há meias – gentes, propriamente dito.
(etecetera)

sábado, março 01, 2008

100 ANOS DEPOIS A HISTÓRIA REPETE-SE?



"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.[.] Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."

"Guerra Junqueiro, "Pátria", 1896.