quarta-feira, junho 27, 2007

A Questão

A questão não é mudar o mundo.
A questão é mudar a percepção do mundo.


(Daterra)

segunda-feira, junho 25, 2007

A Pastora

( Pelas bandas de Castro Laboreiro. Junho-2007)

São seres que se apagam em silencio, vestidas de escuridão entre as pedras de granito onde se sentam e a vastidão do céu para onde largam as recordações de uma vida.

À volta, as poucas ovelhas colhem ainda da terra a seiva verde das ervas. Por perto, o cão castro laboreiro, faz um círculo com os olhos e instala-se descansado.



REGRESSO ÀS PAISAGENS


(Castelo de Castro Laboreiro. Junho-2007)

sábado, junho 23, 2007

Secção: Os GRITOs (2)

Telecomunicações 2007-06-22 17:17
"AG da PT aprova a nomeação de dois novos administradores para a Assembleia Geral da Portugal Telecom (PT) reunida hoje aprovou, entre outros pontos, a nomeação de dois novos membros (Rafael Luís Mora Funes e José Guilherme Xavier de Basto) para a composição do Conselho de Administração, que passa assim a ser composto por 23 membros."
Só 23?...
P.S. O imposto mensal dos telefones fixos da PT, ainda existe?

Secção: Os GRITOs (3 b)


MAIS DO MESMO
Devido a um erro, Ministério anula uma pergunta da prova de Física e Química 22.06.2007 - 16h46.
Lusa.
"O Ministério da Educação anulou uma pergunta do exame nacional de Física e Química A do ensino secundário devido à existência de um erro.Em causa está a prova de Física e Química A–715, no item 4.2.1. Na alínea D da versão 1 e na alínea B da versão 2, a figura apresenta "uma incorrecção que inviabiliza a concretização de uma resposta correcta", segundo um comunicado da tutela.Para não prejudicar os alunos na classificação final da prova, o ministério decidiu que a nota de cada um dos estudantes que realizou o exame será multiplicada por 1,0417.Ou seja, no caso de um aluno ter 12 valores na prova, por exemplo, a sua nota final no exame será de 12,5, o que corresponde a 13 valores.
Ana Rego, da Sociedade Portuguesa de Química, congratulou-se com a decisão tomada pelo Gabinete de Avaliação Educacional (Gave), salientando a rapidez no processo."(...)
E, Até houve CONGRATULAÇÕES, e Tudo! Estão todos de Parabéns!..

quarta-feira, junho 20, 2007

O Barco Nocturno

(Rio Preguiças.Estado do Maranhão. Brasil)

(da SECÇÃO: Os GRITOs)

(20 de Junho de 2007)

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(Apelo)
Há notícias no nosso jardinzinho, que apesar de já contarmos com elas - infelizmente-, ainda me provocam um estranhíssiiiiimo incómodo. É o caso.
Se ainda não destruiram de todo, nas Pessoas deste País,aquele sentimento saudável e humano que se designava por solidariedade, eis aqui uma forte razão para o demonstrarmos.
Principalmente, a nós próprios e a quem nos divide mais, para mais reinar.
P.S. Visitem o Blog do nosso colega!



domingo, junho 17, 2007

Relógio de Sol


(Obra de artesão. Algures numa povoação sem nome. Minho)

TEORIA DO GRANITO

É uma pedra fechada calada em torno de si. Com 1 ser centrado em três visões. É um laço de cinza com o peso dos horizontes anunciarem a chuva. E a água passa por cima. Em camadas leves como os lençóis no Verão sobre os corpos sonolentos. Leves, leves como os sonhos que voam e abrem as manhãs do esquecimento.
É por dentro da pedra que a memória se funda e aprofunda o tempo das gerações barrocas, os gestos rendilhados do espírito de um povo.
(Porto-Junho-2007)

terça-feira, junho 12, 2007

Melgaço e o resto é Paisagem

(Paisagem em Castro Laboreiro-Junho-2007)

Ainda o meu retiro pelas bandas de Castro Laboreiro. Fiz vários passeios a pé, claro, vi pontes romanas, até uma ponte "celta", vários objectos bem históricos, ali parados há muito tempo. Atravesssei várias aldeias, onde não existia uma placa qualquer com o respectivo nome, e depois dois ou três seres humanos, geralmente mulheres de olhos claros e roupagem negra, ao lado de uma ou outra vaca ou meia dúzia de ovelhas e eu olhava para estes seres e não tinha a certeza se eram deste Mundo.

Claro que as paisagens tiravam-me quaisquer dúvidas.


terça-feira, junho 05, 2007

A Caminho da Praia de Calhetas


(Agosto-2005)

JÁ FUI AO PARAÍSO

JÁ FUI AO PARAÍSO

Há coisas do diabo. Já fui ao paraíso.
E voltei. Estava já quase acordado na cama do meu quarto no Hotel Europa, quando a Ana e a Joyce abriram a porta em leque cheias de sorrisos palpitantes e floridos e me convidaram para dar um passeio pelas franjas de Gaibu. Lá me levantei um tanto ou quanto aturdido pela ressaca da caipirinha da noite anterior, mas depois de beber 2 cocos frescos e verdes, vesti a T-shirt de sempre e os calções de ganga e lá fomos, que nem 1 trio harmonia pelo dia adiante. Passámos pela linda praia de Calhetas, onde vi ondas debruçadas sobre a própria morte, espuma e espuma e mais espuma, depois de serem verde-esmeralda e azul-turquesa, e também vi uma foto do jovem Eusébio no bar lá do sítio, ao lado de N ilustres que por ali tinham po(u)sado algures, ao longo dos seus destinos. Depois, continuámos a caminhar por entre árvores, plantas e cores de vários tamanhos e aromas, até que, a incerta altura, num morro inesperado e cheio de azul muito azul do céu, vi uma tabuleta tosca de madeira com a palavra: PARAÍSO. As minhas companheiras apanharam o meu ar aparvalhado e eu apanhei-as a sorrirem apenas cúmplices. O que é que havia a dizer?
Lá descemos entretidos com os pés de cada um, a saltarem de pedra em pedra, até desembocarmos numa espécie de praia com a água muitomasmuito transparente e a areia quase prateada pelo pôr-do-sol que se diluía até ao esquecimento. Sentámo-nos a olhar e a escutar o mundo através daquele ponto de vista, dentro do ponto de vista de cada um e os três juntos com as 6 vistas desarmadas, despidas, deliradas. Já não sei, e pouco me importa, o tempo (o tempo?) que poisámos ali, a respirar aquele lugar tão belo e simples irrealmente em tudo. Lembro-me vagamente que as palavras eram coisas a mais. E a ninguém lhe passou pela cabeça falar de tal assunto.
Quando regressámos a Gaibu, numa camioneta que ainda circulava, já lá estava instalada uma noite claramente aberta à nossa festa.
(última versão deste texto-Maio-2007)