quarta-feira, julho 18, 2007

1 Aqui, 2 Acolá, Tudo é IMENSO / Ou, Não É?

(Rio Preguiças.Pequenos Lençóis.Estado do Maranhão.Brasil)

Canção

tropeçando na minha luz
eu cá vou caminhando...
tro/pe/çan/do/ na minha cruz
eu cá voo caminhando.............




(Ocidente. Europa.Antes das 1ªs férias.18-Julho-2007)

Auto-Retrato


(Autor: José Alberto Mar. Técnica-Mista)

O MEDO DA ROSA

Eu sei a rosa da cor da luz ao amanhecer o mundo, a primeira imagem antes de qualquer palavra, mesmo antes do verbo , era deus e a sua solidão era deus a sonhar a minha vaidade de o imaginar assim, na soberba imensidão vazia, que nunca foi.
-Sei como a rosa se levantou, pétala a pétala, no seu fulgor de luz errante, hilariante e como o seu esforço vai adiante.
Sei e claro que não sei, a cor da rosa, nem a imagem da própria rosa, nem essse deus nada assim, de que vos falo só para me libertar de mim, e assim pressentir nas palavras que semeio, esta assustadora liberdade de ser humano.
(Algures em Julho de 2007)

A Dança das Cabeças


(Autor: J.A.M. Desenho. Técnica-Mista.65X85)

COISAS COMUNS


pessoas assim, chegam-nos sei lá de onde, instalam-se num lugar qualquer mais substantivo do nosso corpo onde ciclicamente amanhecemos e morremos e parece que as levamos conosco para todo os lados, sem darmos conta da leveza que nos dão.
E com o tempo, prolongam-nos entre as palavras anónimas das conversas mais íntimas, sem nada sabermos do que acontece e que importa?









(Julho-2007)

terça-feira, julho 17, 2007

Secção: Os GRITOs (6º)

QUANDO ~~O~~MAR~~BATE~~NAS~~ROCHAS~~QUEM?

Dei + uma vez uma vista-de-olhos ao Blog :

"DO PORTUGAL PROFUNDO"

(http://doportugalprofundo.blogspot.com)

e ficou isto.





(17-Julho-2007)

O Sopro


O Medronho do ALGARVE

O medronho tem o sei quê de solar, enquanto ainda há Verão. Depois de mais uns goles pela tardadiante, tem um não-sei-quê-de-sono toldado de vermelhalanranjado nocturno e uma espécie de lucidez trópega mas espontânea.


- À beira desta varanda onde as gaivotas roçam as suas asas nos meus cabelos.

Mesmo à beira dos sons deste mar aberto a todas as divaganções que sobrevoam as pequenas ciências das palavras,
já me cansam.








segunda-feira, julho 16, 2007

Momento - Monumento - do - Mundo


( V. N. de Cerveira-Julho.2007)

"Ao longo dos últimos oitenta anos, comecei
cada dia da mesma maneira.
Não se trata de uma rotina mecânica,
mas de uma coisa essencial
à minha vida diária.
Sento-me ao piano e toco dois prelúdios e
fugas de Bach.
Não me imagino a fazer outra coisa.
É uma espécie de benção para a casa.
Mas não é só isso que significa para mim.
É como que uma redescoberta do mundo
de que me alegro de fazer parte.
Inunda-me a consciência do milagre da vida,
da sensação prodigiosa de ser
um ser humano."
(Pablo Casals . 1876-1973)

VISITA

(Sarau de Poesia. Declamador: Pintor ANTÓNIO DOMNGOS.C.L.P.-2007)



Fui a uma espécie de recital de poesia. Era 1 amigo que ia declamar poemas da Natália Correia e quando se trata de amigos, eu até apareço quando calha.(quando não se trata de amigos, eu só apareço se calhar, por acaso). Gostei da coisa. O meu amigo tem geito para aquilo, escolheu com ritmo q.b. o alinhamento dos poemas, estes saíram da boca para o ar com a intenção de tocar nos presentes e tudo isto, foi benzinho até ao fim, na companhia de um wuisky (meio-marado) onde só uma pedra de gelo teimava em ruidar demais.
O rol de poemas da N.C. acabou por se fin(d)ar e depois apareceram os eternos diseurs esporádicos, uma Sr.ª a sério de vestido preto bem decotado, um Sr. bem aprumado, a lançar ao ar um poema decorado com a sua própria memória e mais uma menina, bem interessante por sinal, que pegava num livro e descobria um ou outro pedaço da Natália, como se o visse com espanto da sua 1ª vez.
Também tirei fotografias, para um lado e para o outro. Registei o acontecimento, como um bom aprendiz a profissional na matéria, ou quase.
Um dia destes, olho para estas imagens e já não me lembro em que noite ou dia aconteceram.
Depois, vim para casa, e tudo isto já era uma outra coisa qualquer.
(Julho-2007)

sábado, julho 14, 2007

Biblioteca,bibliotheck,bibliothrk, library,dsdsf,jtrt,hghd


IMAGENS AFUNDADAS NA MEMÓRIA ( 9ª )

A luz que se levanta
para os olhos
a dulce vita espalhada
no rosto do dia.
As cores viajantes
na seiva e no sangue
as estrelas caladas
os sons dos pássaros ao lado
as águas do rio. O
momento que se completa
e depois já é outro momento-
-monumento da vida.



(Coisas & loisas da memória.In, "A Primera Imagem"-1998)

Casal (Série:Ironias do Destino)


(Desenho de J.A.M.-Técnica Mista-50X30)

À+CERCA DO AMOR (2º)

Conta uma lenda indígena que, certa vez, Touro Bravo e Nuvem Azul chegaram de mãos dadas à tenda de um velho feiticeiro da tribo e pediram:
- Nós nos amamos e queremos ficar juntos. Amamo-nos tanto que queremos um conselho que nos garanta ficar sempre juntos, que nos assegure estar um ao lado do outro até a morte. Há algo que possamos fazer?
E o velho, emocionado, ao vê-los tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:
- Há, há algo que podeis fazer: Nuvem Azul deves, apenas com uma rede, caçar o falcão mais vigoroso e traze-lo aqui, com vida. E tu, Touro Bravo, deves caçar, também, apenas com uma rede, a mais brava de todas as águias e trazê-la para mim, viva!
Os jovens abraçaram-se com ternura e logo partiram para cumprir a missão.E o feiticeiro postou-se na frente da tenda para esperar os dois amantes com as aves.O velho constactou que eram realmente os formosos exemplares que lhes havia pedido e ordenou:
- Peguem as aves e amarrem uma à outra pelos pés com essas fitas de couro. Soltem-nas amarradas para que voem livres.
Eles fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram voar, mas conseguiram apenas saltar pelo terreno.Minutos depois, irritadas pela impossibilidade de voar, as aves se atiraram-se uma contra a outra, bicando-se até se magoarem.
E o velho disse:
- Jamais esqueçam o que estão vendo, este é o meu conselho.

sexta-feira, julho 13, 2007

Duas Janelas Nocturnas



"Eu me pergunto: se eu olhar a escuridão com uma lente,
verei mais que a escuridão?"
- in, A Paixão Segundo G.H. de Clarisse Lispector)

AS APARENTES LEIS DA DESORDEM

paisagens e mais paisagens e eu entro e saio com a cabeça iluminada pela leveza por onde muito vivo. Altura, largura e comprimento, eis as 3 linhas, onde me puseram a respirar.
Mas - eu voo. E nestes voos há estrelas domesticadas pelas almas de quem é pouco. Tudo se passa em silêncio, porque os homens ainda são demasiado barulhentos e afugentam o que é grande.
(2007)

quinta-feira, julho 12, 2007

"A Fenda Erótica"


QUERO-COMER-TE


O que eu queria era comer-te. E, ao comer-te sentir o gemido mais profundo do teu ser, no fundo atento do meu silêncio e assim puder saber quem somos.
Depois, Sentir se o teu Universo é junto ao meu, ou se ambos nos encontrámos por um acaso cúmplice que ainda anda longe de nós.
(Gaia-Algures baila a letra "M."13-07-2007)

quarta-feira, julho 11, 2007

Uma Sombra Sobre a Rosa


(Julho-2007)

A+CERCA DO AMOR

(fragmento)
e andamos nós e elas e eles à procura de um amor especial, que os salve do inferno legalizado e sem-norte dos dias que correm, como se tal fosse assim possivel.
Todo este desejo, toda esta busca vive , nasce e volta a renascer de um nevoeiro espesso e branco. Encontra os outros, como estátuas inesperadas, que no fim de contas, procuram o mesmo.
Ás vezes, tocam-se, mas trocam-se de um modo tão urgente, cruzam e entrecruzam laços & abraços & números de telemóveis, mas tudo são gestos esfumados, feitos da pressa miudinha que a solidão vazia gera e não há tempo para se instalarem no interior dos corpos que os armou.
E, "armar" um facto, nada tem haver com viver um acto de amor .
De um lado há o vermelho e do outro, o cor-de-laranja, quando nos lembramos com nitidez, das laranjas bem maduras penduradas nas verdes nuvens das folhagens das suas árvores, e já agora, quando depois levantamos os olhos para um céu azul-espelho de um mar evidentemente transparente.
Quero eu dizer: só podemos encontrar um amor, quando saímos pelo mundo, muito+ frágeis muito + fortes, bem ligados à nossa voz mais íntima, porque o seu eco para os outros, já anda por fora de nós.
(texto espontâneo,2ª versão, a ser etecetera. 12-07-2007)

Coisas Simples


JÁ - NÃO - TOU - NESSA - POR- AÍ - NÃO - VOU - E - PONTO - FINAL


Se me apetecesse, apresentava-me como uma vítima do Mundo, um ser à parte cheio de boas intenções, com 1 coração de ouro de elevados kilates e muito consciente das minhas irrefutáveis razões acerca do que deve ser ou não deve ser a Vida. Mas.
Não me apetece nenhuma pose, nenhum troco, nenhum aplauso, nenhum negócio. Eu cá ando, distraído para os lados onde deus se vai revelando sem parar. Nada de transcendente, caros amigos, nada de voos vertivais onde o espírito se desapega do corpo e depois , a certa altura, já não sabemos nada.
Refiro-me às coisas + simples dos dias. Exemplos? São tãotantos e a melhor literatura fala deles como cachos de uvas num bom ano de colheita.
deus está sempre em todos os lugares e em todos os momentos. Basta estarmos atentos aos seus pormenores, aos nossos gestos dentro e fora dos seus, basta estarmos inteiros para todos os lados abertos.
Não estou nessa de impingir mais uma solução. Falo de mim, porque é assim que a gente é. Como quem quer partilhar os seus pequenos sinais na passagem por este mundo. Como quem, procura as respostas que nunca terei. Como quem se espanta, em cada instante, pelo facto de haver Vida , e de nós estarmos precisamente aqui!, mais ou menos acordados, dentro desta Vida, e nada sabermos da imensa noite profunda que nos ilumina.
(texto imediato-12-07-2007)

terça-feira, julho 10, 2007

A Viagem


QUASE SOU FELIZ ENTRE

É Julho é Verão quase sou feliz entre as cores acesas das cerejas e as palmas das mãos tingidas de sinais.
Penso como durmo, é um outro sono no meio do tempo mais vagaroso e às vezes há a palavra "memória" ou a palavra "felicidade" ou outra palavra qualquer cheia de saídas e no fim do dia, ainda dou comigo pelo cais a olhar os barcos que vão e vêm sobre as águas distraídas do rio.


(V. N. Gaia-7/7/07)

segunda-feira, julho 09, 2007

Entre a História & o Vazio: O Nevoeiro à Beira Mar


(Foto de J.A.M.-Algures na Costa Atlântica)

NÃO GOSTO NADA DE CITAÇÕES

Eu não gosto nada de citações, mas hoje apeteceu-me gostar. Foi ao re+ler o "PORTUGAL HOJE, Medo de Existir", de José Gil

"(...) Uma diplomata francesa que tinha vivido longos anos na China e, mais tarde, em Portugal, dizia que os portugueses eram "os chineses do Ocidente". E explicava: os chineses nunca vão directamente ao assunto, dão voltas e mais voltas antes de lá chegar e sempre em termos velados. Os portugueses fazem o mesmo: aproximam-se indirectamente, percorrem espirais, caminhos ínvios e barrocos até abordar claramente a questão.Tanta precaução indicia uma recusa de enfrentamento.(...) Debaixo da precaução, da cautela, da desconfiança, habita o medo.(...) "
"(in, "Portugal Hoje, Medo de Existir"- Editora Relógio de Água-2005. A palavra medo, em negrito, foi colocada pelo autor deste Blog.)
V. N. Gaia-09/07/2007

sábado, julho 07, 2007

APETECE-ME-TAR-COMO-ESTE-GAJO


(Galicia-Junho.2007)

Secção : Os GRITOs (5º)

COME & CALA-TE
"Represálias sobre os trabalhadores grevistas; instauração de um processo ao professor que fez uma piada sobre o curso de josé Sócrates; demissão da Directora de um Centro de Saúde por causa de um cartaz "jocoso"; nomeação em catadupa de militantes do PS para cargos na sub-região de saúde de Braga; perseguição a funcionários públicos acusados de "bufos"; manifestantes anti-sócrates processados; uma Secretária de Estado que diz que criticar o Governo só em casa e no café. A oposição acusou o Governo de não respeitar as regras democráticas e de derivar para o puro autoritarismo.João Semedo, deputado do BE, foi peremptório: «Para o PS, a administração pública, os serviços públicos, dirigem-se, orientam-se e comandam-se como um gigantesco exército em tempo de guerra, movido a uma só voz, em que fala o de cima e cala o de baixo, à velha maneira da boa disciplina e do muito respeitinho que quem manda aqui somos nós.»"
(Jornal Esquerda, on-line. 5-Julho de 2007)

O que há a dizer? MUITAS COISAS!
Hoje, adoptando uma pose mais distanciada, pergunto:
Como modificarmos a ordem social vigente sem modificarmos antes antes a cultura, de que é uma emanação?

quarta-feira, julho 04, 2007

Secção: Os GRITOs (4)


"Fisco deixou escapar 500 milhões de euros em dívidas - A prescrição de dívidas fiscais atingiu, no ano passado, mais de 500 milhões de euros, de acordo com a Conta Geral do Estado de 2006, entregue pelo Ministério das Finanças à Assembleia da República. Trata-se de uma verba que já não será recuperada, uma vez que o direito a recebê-la já caducou, mas o Governo alega que tal não terá impacto nas contas públicas(...)"
(Jornal de Noticias,3 de Julho-2007. Letras em negrito, feito pelo autor do Blog)
Pergunta-se:Não era nesta zona que havia um SR. Excelente a gerir a máquina fiscal, e que ganhava num só ano, mais do que muitos portugueses ganham em 10 ou 20 ou 30 anos e até era pago com os impostos destes mesmos portugueses?
E quanto ao "impacto" da coisa, a gente entende clara+escuramente,não é?

terça-feira, julho 03, 2007

Madama de Silgar

(Galicia. Junho - 2007. Foto de J.A.M.)

segunda-feira, julho 02, 2007

DEIXEM-ME PASSAR, QUE EU NÃO ESTOU NESSA

estivemos quase a queimarmo-nos, quase, os 2 corpos unidos por um laço de chamas e o grito que saiu do meio da noite. 1 grito que fustigou um véu de estrelas que se afastou dos olhares.
Eu caminhava na solidão dos meus sinais e ela, também. Encontrámo-nos numa ilha sem nome e aconteceu. Ambos sabiamos que deus é um ser onde nos perdemos para sempre e nunca haverá regresso. Por desamor às circunstãncias. Mas. Naquele momento eramos atentos e a luz da manhã começava nos nossos rostos. Foi 1 beijo, só um beijo de quem se encontra, cheio de vida e no meio de um caminho qualquer.
(Junho-2007)