quinta-feira, abril 26, 2007

FORA DO COMPASSO

Dias abundantes na boca
pelos segredos das mãos
ao rebentarem magnéticas
os nomes à-volta.
Inspira-as a cegueira de uma luz
sem fim, como que vencida
pela eterndade.
Não é carne nem é memória
esta respiração. Por ela vivemos
pendurados na pergunta
que respira pelos orifícios da pele
que sorve as queimaduras dos astros.
Talvez só os deuses conheçam a intenção da água
dentro dos corpos. A água fechada
ao fazer um nó às portas dos olhos.
Estrela ou paisagem, quanta claridade
em redor dos dedos a mexerem dentro
as oficinas da terra
os lugares abraçados pelo tacto da fala.

-in, "AS MÃOS E AS MARGENS".Editora limiar,1991-
(Visões Retrospectivas)

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