domingo, maio 20, 2007

TRÍPTICO ÀS IMAGENS NUAS


1-Por vezes, alguém põe um dedo na ferida. Quero dizer:alguém acorda a sombra geral dos seus nomes e os nomes mergulham nos ritmos do sangue e logo as mãos crescem para os lugares e os lugares crescem com elas e tudo fica mais alto.Há quem passe, olhe de lado e continue a sua vida. Outros há que passam e se detêm por um pormenor mais chamativo.
2-Claro que todos os lados, todos os nomes são pretextos.E os lugares também. Nascemos e morremos por uma graça indomável perdida no tempo. Andamos às voltas disto tudo enquanto por dentro acordam e adormecem as sementes povoadas pelos estranhos frutos de uma sede sem fim.
3-Vozes e imagens que cantam a vida e o exemplo dos milhares de sóis mesmo sabendo-se que para outros olhares, há um abismo memorial nas cabeças uma outra idade outra boca menos cercada pelos dons dos dias, na transformação dos corpos.
(in, "A Primeira Imagem".1998)

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