segunda-feira, setembro 01, 2008

hoje acordei bem comigo & a vida

hoje levantei-me bem comigo & a vida, comi manga e cana de açucar que o meu quintal me ofereceu com um sorriso de sol já esclarecido nas coisas da vida . Também bebo água logo nas aberturas do dia e é água fresca e muito leve aqui do meu lugar que vem dos lados do convento de São Francisco, do séc. 16 ou 17, qual a diferença?
Nesta varanda virada para a Sidádi Vêlha, com o mar ao fundo de onde me acolhem imagens & imagens sem fim e um barulho de ondas fortemente brancas contra as pedras negras da praia, onde todos os dias - graças a dEUS - me banho até ver o círculo cheio de luz e cores e vice-versos e tudo aquilo a tombar "docement" até + não , porque já é demasiado para um ser humano só e são horas de ir jantar.
Acabei agora de regar as minhas plantas, saudar as flores que me ajudam tácitamente a ser feliz, tocar ao de leve as folhas da palmeira aqui ao lado, são pequenos gestos aparentemente distraídos entre pessoas que já são amigas.
A minha amiga borboleta, que me visitou logo no 1º dia, volta todos os santos dias, enquanto estou acordar-me nestas pequenas tarefas. Ontem, ou 1 dia destes, veio poisar na minha mão esquerda, mas só ao fim do coração da manga bem chupada, pois para quem nunca esteve nestas bandas africanas, talvez ainda não saiba que as mangas não se comem propriamente, depois das primeiras dentadas na casca esverdeada, chupam-se demoradamente até à última gota de sumo cor da respectiva manga.
Ah! eu e a minha amiga borboleta, 2 pétalas brancas, uma de cada lado, onde pontuam vários círculos negros distribuidos à toa, falámos abertamente dentro dos nossos silêncios amadurecidos. Depois disse-me que ia vadiar pela mata estar com outros amigos e foi-se, feliz desclaradamente, remando as suas muitas asas frágeis ao sabor das curvas da aragem e, pronto,,,,,,,
Voltei ajustar a tanga à cintura (um dia destes tenho que arranjar uma tanga a sério, talvez de pano de terra, logo se vê), incendiei 1 cigarro, pernas desleichadamente entregues à varanda que até é azul , costas contra o mundo dos "makakóides" e quejantes...
Mar e mar,
há ir & regressar.

(Sidáde Vêlha. Cabo Verde. Agosto.2008)

Sem comentários: