domingo, agosto 31, 2008

o quadro de Alita

estou no restaurante de Alita, já comi qualquer coisa e agora palitando-me com um fósforo descascado, olho, + uma vez para aquele quadro à minha frentre.
à 1ª vista armada (os hábitos, claro)
é uma pintura "naif", académica, esses rótulos que nos deixam satisfatóriamente adormecidos, mais uma vez.
Mas, olhando Mais,,, e, apurando o ofício dos 2 olhos com o respectivo pensamento o mais possível lúcido, tudo bem mais junto, é outra coisa, que é maior.
A técnica, nesta onda, cumpre bem a sua função.
Não me apetece descrevê-lo porque imagem fica sempre ainda mais longe quando há o negócio de palavras pelo meio.
ConTem beleza!
No primeiro plano, a zona mais colorida são N flores diferentes, azuis vários, cor-de-laranjas, rosas, amarelos, claro! por aí a fora, até ás florzinhas minúsculas brancas que levam-me a memória aos malmequeres-bem-me-queres.
Há umas árvores que não dão sombra que eu enxergue. Do lado esquerdo da obra, 3 troncos, com o mesmo lado prolongado em ramos sem + nada. dos seus lados direitos, os ramos alongam-se numa folhagem acastanhada e amarelada longe do verde que mui possivelmente já por lá passou.
Há do outro lado do quadro a provocar uma incerta simetria ocidental, uma quase árvore, ainda a tentar sê-lo, já com folhagem assim destas cores quando aparecem tenras nos primeiros dias.
Todo este jardim descontraído e plantado pela Natureza cerca um banco de madeira acho que é de mogno talvez sucupira ou, que está mesmo só. Ou talvez não, pois encontra-se magestosamente aberto e a olhar lá para um fundo onde aparece uma casa estranha, diferente. longa para os lados, com uma torre pelo seu meio, + ou -, e a zona que suspeito ser maior tem uma porta de um azul sonolento em si, mal se dá por este silêncio estar ali mesmo.
Depois,,, levanta-se um céu longe l o n g e. Do seu pressuposto centro longínquamente eterno, vem à tona do meu olhar, uma luz que se vai abrindo em círculos e em + círculos expansivamente discretos mas eficazes, que não se separam nunca e tudo acaba numa claridade mornamente doce, que já está dentro de mim.
- Sidáde Vêlha. agosto -2008 -

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